Em pauta!

sábado, agosto 18, 2018

[Review] Aho Girl


Quando alguém é mesmo idiota e reconhece isso...

A indústria da animação japonesa consegue surpreender das mais variadas formas, anualmente. Este escopo está presente na balança entre aquilo que é positivo e o negativo. Trata-se de uma área do entretenimento que, com toda a justiça possível, poderá lhe fazer sorrir de felicidade ou urrar de raiva, de acordo com certas circunstâncias.

Aho Girl, anime este exibido na temporada de julho/2017 e que finalizou com doze episódios, segue à risca tudo que foi enunciado no parágrafo acima, visitante. Do melhor ponto ao pior, sem tirar nem colocar uma vírgula sequer. O estúdio Diomedea (Akuma no Riddle, Mayoiga, Fuuka, Nogizaka Haruka no Himitsu) foi que se encarregou da conversão do mangá 4-koma desta obra em anime. Pode-se aqui afirmar o bom nível técnico que a animação da "garota idiota" acabou recebendo, mas se isto é aplicável às demais características de importância já é um outro assunto (e deveras variável).

Em um contexto bem inicial, a história de Aho Girl lhe faz um singelo convite, visitante. O mesmo diz respeito a saber como é o cotidiano da jovem Hanabatake Yoshiko, sendo ela uma garota de semblante simpático que, no auge de sua adolescência, tem como maiores desafios na vida comer as melhores bananas e se divertir ao invés de estudar. Some tudo isto ao fato de ela, ao menos aparentemente, desconhecer que possui um cérebro dentro de sua cabeça, devidamente ansioso em ser usado de uma maneira mais apropriada.

Hanabatake Yoshiko, a "garota idiota", celebrando um de seus mais conceituados momentos.

Basicamente, a Yoshiko é uma idiota de carteira assinada e convicta disto, tanto que ela nem esconde tal característica do seu ser. Para complicar um pouco mais a situação, o ambiente ao redor dela acaba se transformando para algo muito próximo do seu conceito de vida, em razão de ela saber usar de sua "idiotice" muito bem ao próprio favor (teoricamente isto faria dela uma pessoa inteligente, dependendo do ponto de vista). Elimine-se, para tanto, costumes estranhos que ela possui, sendo o mais implicante deles o fato de (sempre que possível) mostrar a calcinha para seu amigo de infância e alvo do seu amor (por mais estranho que isso possa soar).

Akutsu Akuru é o amigo de longa data da Yoshiko, além de ser vizinho dela. Trata-se de um rapaz estudioso, com a mente centrada para algum ponto no seu futuro, mas que está longe de ser uma pessoa minimamente normal neste anime. Isto porque o Akuru é extremamente teimoso, por vezes preconceituoso e descrente na totalidade quanto ao ambiente que o cerca (mesmo tendo motivos para tanto, ainda é algo estranho). Ele é alvo constante do comportamento da Yoshiko, que por vezes o atazana das mais variadas maneiras, e o rapaz tem por costume responder à isto com os mais diferentes tipos de golpes possíveis a serem desferidos contra a sua amiga.

Só esta dupla de protagonistas já dá uma bela margem daquilo que o anime se propõe a mostrar, nos doze minutos que duram cada um de seus episódios. Mas a festa da pertubação mental está apenas no início, pois vários outros integrantes do elenco de Aho Girl fazem questão de levar o nome deste anime além das estrelas (com força na metáfora explícita). O melhor exemplo está na figura da presidente do Conselho Estudantil, Fuuki Iinchou, que por detrás de sua pele endireitada e cheia de regras sociais está a personificação de uma stalker e alguém que, até prova contrária ter, não perderia nenhuma oportunidade de seduzir certo rapaz (por mais que isto signifique fazer parte do cotidiano de certa garota idiota).

 A Yoshiko mostrando suas virtudes na praia.

A pequena Akutsu Ruri é irmã mais nova do Akuru e, muito embora seja fofa e esforçada, possui forte aptidão para falhar em tudo que tentar fazer (o que vai desde os estudos até a andar de bicicleta sozinha). Hanabatake Yoshie é a mãe da Yoshiko e, por vezes, tenta empurrar a filha para o amigo de infância (pensando obviamente em se livrar dela para quando for aposentada), fora o fato de muito do seu comportamental ter servido de espelho para a protagonista deste anime. Kurosaki Ryuuichi é um metido à valentão e solitário que, na verdade, tem o mesmo padrão de idiotice que a Yoshiko. Por fim, a Sumino Sayaka é disparadamente a personagem que mais se aproxima da normalidade em todo este cenário já apresentado, mas que possui um fraco monstruoso em falhar ao tentar ajudar os demais no seu redor.

O mangá de Aho Girl é da demografia shounen, algo que se torna bem perceptível no anime em si. Muitas das situações descabidas (e em vários momentos dignas de pena) deixam à vista clara o quanto que a dupla Yoshiko e Akuru se completa, com relativa harmonia no contexto. A obra, que possui ambientação escolar, acaba sendo carregada por um tipo de humor (e de romance) que sinceramente não tem como agradar à todos que vierem a assisti-la. Muitas das piadas presentes visam apenas deixar em evidência o quanto a Yoshiko carece de aprender a usar do próprio cérebro, utilizando para tanto de conceitos sexuais (apalpar dos seios e/ou mostras da roupa de baixo), além  do complemento com agressões físicas e morais (dentre outras coisas).

Este humilde blogueiro viu o anime em pauta semanalmente, quando de sua exibição original e, mesmo tendo se passado um ano deste tal ação, as impressões pessoais sobre tal título não mudaram nem um pouco. Por mais que exista um mal gosto bem explícito (mediante a tudo que foi citado nos parágrafos acima), ainda assim este anime fez a minha pessoa rir em vários momentos, de tão ridículo que o mesmo mostrou-se ser. Basicamente, não tem um membro do seu elenco que mereça ser salvo com cem porcento de certeza, da mesma maneira que (torcendo para não estar errado) é impossível existir alguém no mundo que tenha o mesmo naipe de insensatez que a Yoshiko (esperar verossimilhança em uma obra como esta é pedir demais, muito além de quaisquer tipo de expectativa).


 Aparentemente, a Yoshiko tem muita companhia no anime.

Tecnicamente, como se fez citar mais ao início deste texto, Aho Girl é visualmente apresentável. Trata-se de um trabalho bem feito neste aspecto. O contorno dos personagens faz jus na totalidade ao ambiente que os rodeia, o mesmo valendo para os cenários e outros detalhes coligados. Na parte sonora, por sua vez, não há nada que mereça algum tipo de destaque, fosse este positivo ou negativo. Vale, entretanto, uma menção ajustada para a abertura do anime, que apresenta algumas animações e/ou silhuetas diferentes em cada episódio, trazendo um pouco daquilo que se tratará no capítulo que visa apresentar.

Enfaticamente, o anime tanto poderá divertir bastante como também fazer quem o assistir perder a fé na humanidade (salvo o exagero presente na frase). Depende, unicamente, daquilo que você tem por aceitação em uma comédia oriunda de publicação 4-koma, no que tange ao enredo e nas ações dos personagens nela presentes. Aho Girl, para este humilde blogueiro, não é exatamente um caso explícito de "oito ou oitenta", mas seguramente ´tem seus pontos interessantes e outros de extremo mal gosto.

De maneira geral, caso não tenhas assistido ao anime, vale a pena visualizar seus primeiros dois episódios para ter uma boa dimensão sobre aquilo que lhe espera, visitante. Adianta-se aqui que, em nenhum momento, a obra dá qualquer trégua a tudo que já foi citado neste texto. O que prevalecerá, com certeza, é o seu limite de aceitável ou não para um anime como este.

E assim se segue...

Momentos variados...
Clique nas imagens para vê-las em tamanho real



Maus lençóis - Ruri, a irmã mais nova do Akuru, tem passa por sérios problemas quando está ao lado da Yoshiko...


Boa pessoa - Sumino Sayaka, a personagem que mais se aproxima da "normalidade" em Aho Girl, se torna amiga do Akuru graças a Yoshiko (em uma ação não exatamente positiva). E em boa parte da obra, esta garota tenta manter o seu senso comum em dia...



Perda da calma - Entretanto, a Sayaka acaba entregando-se à loucura, na medida em que nota melhor o ambiente ao seu redor, cenário este que ela acabou se envolvendo com a melhor das intenções...


Aclamação - A Sayaka com medo de perder a amizade do Akuru, caso o rapaz a ache tão maluca quanto as demais pessoas ao redor dele...



Comportamental - A Yoshiko não é uma má pessoa, longe disto na verdade. Mas seu modo de ser é algo que coloca em xeque seu presente e um futuro nada amistoso para ela. O nível é da sua mãe tentar entregá-la ao Akuru de toda a forma (para prezar pela sua aposentadoria), do seu cão de estimação ficar abalado, entre tantas outras coisas...



Prechure - Uma pequena sátira com a franquia Precure acabou aparecendo em Aho Girl e, diga-se de passagem, a Yoshiko soube demonstrar bem como não se importar muito com série alguma...


Auxílio - Fuuki, a presidente do Conselho Estudantil, pede para a Sayaka lhe dizer como o Akuru a enxerga. A resposta, claro, foi direta e impiedosa...



Perigo - Jamais fale mal de bananas perto da Yoshiko...


Aho Girl
Estúdio: Diomedea  /  Origem: mangá (4-koma)
Exibição: julho de 2017  /  Total de episódios: 12

*** anime moderadamente recomendado pelo Netoin! ***




Momentos diários - Seguramente, a vida da Yoshiko não é das mais fáceis...

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Saudações.

      Nem segunda temporada o anime terá, nobre. A terceira, então, seria apenas um sonho demasiadamente distante...

      Até mais!

      Excluir

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