O logo da obra. |
Um mundo de fantasia medieval, onde diversos elementos de época e outros sobrepostos à tais trabalham juntos na mais franca harmonia e precisão, em prol de um enredo bem dirigido e que, em dois episódios, soube chamar muito bem a atenção. Arslan Senki (The Heroic Legend of Arslan em inglês, ou ainda Arslan e sua Lenda Heróica no português aproximado) possui todas estas características citadas, fazendo desta obra uma das melhores da temporada de abril'2015.
O enredo desta obra mostrou, em seus dois episódios iniciais, que temáticas muito fortes ainda serão mais abordadas do que já se fizeram apresentar. Entre elas estão o elevado culto a uma religião e o uso servil da escravidão, sendo esta uma premissa de trabalho forçado para tratar os pobres ou os invasores/capturados/afins de outros reinos ou nações. O anime não perde tempo com maiores amabilidades e faz questão de mostrar para você a face cruel da guerra, que trás consigo as mais variadas ramificações de alcunhas sociais e pessoais.
É fácil compreender tudo que acontece neste anime, à partir da ideia de que o Príncipe Arslan é o personagem principal da obra. Ele vive no próspero Reino de Pers, que é governado pelo seu pai, o Rei Andragoras. Este fidalgo ser não esboça sorrisos e costuma vangloriar-se de levar adiante todo um povo, amparado pelo fato de jamais ter sido derrotado em batalha, especialmente no que tange aos seus atuais inimigos maiores, provenientes do Reino de Lusitânia. Para o pequeno filho de tão combativo rei, contudo, a vida passa por muitas provações.
Arslan vive no mais franco questionamento sobre o porquê de existirem conflitos. Por vezes anseia em conversar com pessoas capturadas de Lusitânia e aprender mais sobre tal lugar, que segue à risca uma doutrina religiosa levada adiante. Ele sabe que Pers não possui uma ligação íntima com nenhuma religião em especial e que, em razão disto, o seu reino é visto como pagão pelo povo anteriormente citado. Além disto, o jovem monarca não consegue aceitar totalmente que as pessoas presas em batalha não aceitem ser escravas, pois acredita (inocentemente) que mesmo trabalhando à força, os presos terão uma vida melhor do que em seus locais de origem.
Príncipe Arslan. |
Contudo, a bondade que se faz emanar pelo príncipe é grande o bastante, sendo este um fator que o seu rígido pai aparenta não possuir, seja com as palavras ou em suas ações. Com isso, ele acabou ganhando três súditos fiéis que, em exatos três anos, iriam para o fronte de batalha proteger o jovem Arslan. Porém, é justamente neste pulo temporal (já com os seus catorze anos de idade) que ele, o pequeno monarca, acaba vivenciando a pior experiência de sua vida, protagonizada (sem ele saber neste momento) pela franca e aberta teimosa seguida de obsessão pelo seu pai. Arslan Senki mostrou, ao final de seu segundo episódio, que realmente irá apegar-se deste tópico em linha de enredo para fazer os eventos avançarem. Não se tratará de uma mera luta de "mocinho contra bandido", mas sim de suadas e dolorosas lições sobre o mundo em que ele, Arslan, vive.
A parte técnica do anime mostrou variantes bem positivas neste início de jornada. O estúdio Sanzigen (Arpeggio, Black Rock Shooter, Miss Monochrome) está tratando o anime com um visual polido e gratificante, mas nada que até aqui seja digno de notável impressão. A arte do ambiente e cenários é bem consistente, os desenhos dos personagens são bons e assim tem se mostrado em dois episódios. Acusticamente, este anime impactou positivamente. Os temas de abertura ("Boku no Kotoba Dewanai Kore wa Boku-tachi no Kotoba" de UVERworld) e encerramento ("Lapis Lazuli" de Eir Aoi) são bem dignos de atenção, inclusive mantendo uma harmoniosa sintonia com as sequências já aqui citadas.
Arslan Senki começou muito bem o seu ciclo. O anime promete agradar bem, graças a um enredo que possui grande poder de atração e retenção da atenção do telespectador. Os dois episódios iniciais foram cruciais para se ter uma sólida introdução ao mundo desta obra e, caso assim se mantenha, seguramente o título deverá ser merecedor de muitos elogios em seu prosseguimento.
Aguardar é preciso...
Momentos...
Clique nas imagens para vê-las em tamanho real...
"Um dia colocaram Arslan em perigo. Agora protegem ele com as suas próprias vidas..."
"O Andragoras é um Rei cujo semblante comum é este mesmo...
"A perda de um título e o castigo seguinte, mais pela 'insolência' do que outra coisa..."
"Arslan e Daryun, nos preparativos para o grande combate..."
"Daryun e Vahriz e uma última conversa..."
"O chamado do Rei!"
"O resultado por ter subestimado o inimigo e ter superestimado à si próprio..."
Arslan Senki
Episódio #1: "A glória de Ecbatana"
Episódio #2: "Catorze anos e a primeira batalha"
*** avaliação final: 7,5 pontos de 10,0 possíveis ***
"Lutando contra o traidor de todo o reino..."
Até a próxima!
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Conheça o autor do NETOIN!, visitante...
Excelente Chamado para o que pode vir a ser uma experiência gratificante acompanhar esse anime, afinal são raras as histórias que podem fornecer uma outra visão de um período conturbado que foi a idade média e seus conflitos políticos e religiosos.
ResponderExcluirEmbora tenha sido um começo de certa forma pesado por apresentar ao jovem príncipe os sacrifícios da guerra (algo normal para a época afinal Joana D'arc foi para a sua primeira com 12), mostra-se uma obra que não possuirá delongas ao que tange a evolução de seus personagens e esse Universo.
Saudações
ExcluirEste é o grande segredo de obras que trabalham temáticas mais pesadas, nobre: saber diluí-las, pouco à pouco, mostrando variadas vertentes e mais diversificadas opiniões sobre tais.
Espero, desde agora, por um prosseguimento digno deste anime.
Até mais!